Fragilidade financeira externa e os limites da política cambial no Real
Resumo
Este artigo avalia os impactos do plano de estabilização cambial do Brasil (Plano
Real) na fragilidade financeira externa do país e discute políticas alternativas de câmbio
para superar a vulnerabilidade externa do Brasil. Para isso, desenvolvemos um índice para
essa fragilidade financeira externa, que é aplicado a uma série temporal de variáveis do
setor externo de 1992 a 1997. As evidências mostram que a fragilidade financeira externa
brasileira cresceu nos primeiros três anos e meio após o Plano Real, particularmente em
1996 e 1997. Usando essas evidências, o documento questiona a eficácia da estratégia de
ajuste do governo para o setor industrial, baseada em quatro pilares: estabilização de preços,
liberalização do comércio, liberalização do capital e valorização cambial. Finalmente,
concluímos que a margem para mudanças na política cambial atualmente é muito pequena:
o governo é prisioneiro de uma “armadilha cambial” auto infligida.
Classificação JEL: F41; G28; E12.
Palavras-chave: Fragilidade financeira externa política cambial plano Real crise cambial