Três armadilhas: sobre as origens da crise econômica mexicana de 1994
Resumo
Em todos os países em desenvolvimento que enfrentam reformas econômicas,
existem obstáculos políticos e econômicos a uma mudança tão radical. No caso do México,
no entanto, durante o governo Salinas (1988-94), uma nova crise econômica explodiu após
mudanças sérias e a economia parecia ter se estabilizado e estava preparada para o crescimento
contínuo sob uma nova estratégia de desenvolvimento. No final do período presidencial
de seis anos, o velho ciclo de expansão e retração retornou. Este artigo procura entender
por que a economia mexicana terminou em dois dos últimos três períodos presidenciais com
uma taxa de câmbio supervalorizada, altos déficits em conta corrente, dívida insustentável
de curto prazo e uma crise financeira. O artigo se concentra no governo Salinas, mas mostra
que uma lógica semelhante levou à crise econômica nas administrações de Echeverría (1970-
76) e López Portillo (1976-82). Argumenta-se que a crise de 1994 é o resultado de três armadilhas:
um contexto internacional que permitiu uma entrada maciça dos fluxos de capital,
a ideologia da elite do estado e os incentivos fornecidos pelo arcabouço institucional. Essas
três armadilhas também estiveram presentes nas duas crises anteriores.
Classificação JEL: N26; E52; E58; F62.
Palavras-chave: Crise cambial história econômica do México Crise econômica do México de 1994