Gerenciando o contágio: Covid-19, saúde pública e comportamento reflexivo
Resumo
Este artigo caracteriza uma pandemia como um tipo de contágio e descreve
um contágio como um sistema de feedback reflexivo de dois níveis e duas direções. Nesse
sistema, as opiniões de especialistas para gerenciar uma pandemia podem atuar como
profecias autorrealizáveis devido à forma como influenciam a formação de crenças coletivas.
No entanto, quando vários especialistas produzem várias opiniões de especialistas que
atuam como profecias autorrealizáveis, isso pode fragmentar a resposta de uma sociedade a
uma pandemia, piorando-a em vez de melhorá-la. Este artigo modela esse possível resultado
distinguindo duas opiniões de especialistas concorrentes, apelando, respectivamente, para
pessoas em situações de seguro de emprego/saúde do tipo bem comum e de pool comum,
e argumenta que, para combater a fragmentação de opinião sobre como lidar com uma
pandemia, as políticas de saúde pública precisam atender à natureza do raciocínio público.
Argumenta que isso implica perguntar como as instituições deliberativas justas e legítimas
podem funcionar de maneira “inclusiva e não coercitiva” que permita à sociedade reconciliar
visões concorrentes sobre como combater crises em todo o sistema, como pandemias.
Classificação JEL: A13; H41; H70; I100.
Palavras-chave: COVID-19 contágio profecia auto realizável saúde pública especialistas bens de interesse social pool de bens comuns raciocínio público estigmatização não coercitivo sociedade decente