As respostas políticas do nacional-desenvolvimentismo autoritário à crise econômica estrutural (1973-1985)
Resumo
Esta pesquisa analisa a crise econômica estrutural brasileira ao longo das décadas de 1970 e 1980 e as respostas políticas do Nacional-Desenvolvimentismo Autoritário (1964-1985). Em primeiro lugar, destaca-se a natureza das crises internacionais do petróleo de 1973 e 1979, seguidas, neste último ano, do aumento inesperado das taxas de juros pelo Banco Central dos EUA e da restrição do crédito externo. O aumento das taxas de juros significou o fim do estado de liquidez no mercado financeiro de crédito internacional e o advento de uma política drasticamente recessiva no Brasil. Tais fatores contribuíram para a erosão do modelo de crescimento com endividamento externo, cujos principais paradigmas foram o “milagre econômico” (1968-1973), com elevadas taxas de crescimento do PIB; e o II PND (1974-1979), devotado ao aprofundamento da industrialização substitutiva de importações (ISI). A derrocada do autoritarismo convergiu para a hiperinflação, o endividamento externo e a crise fiscal do Estado, trazendo à tona a hegemonia do capitalismo financeiro rentista e não-produtivo. A segunda parte investiga as externalidades negativas da crise econômica estrutural no plano social, tais como a concentração, a centralização e o fechamento do processo decisório, inviabilizando a participação dos trabalhadores; o recrudescimento das mobilizações sindicais por recomposição salarial; a disseminação do desemprego/subemprego nas regiões metropolitanas; o arrocho salarial; o aumento da insalubridade nas relações laborais e, portanto, o esgarçamento do tecido social.
Classificação JEL: E44; F33; G15; N26; O23.
Palavras-chave: Nacional-desenvolvimentismo autoritário crise econômica estrutural dívida externa recessão desemprego arrocho salarial Brasil