Política monetária, depósitos compulsórios e inflação

v. 15 n. 2 (1995)

Apr-Jun / 1995
Publicado em abril 1, 1995
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Como Citar

Garcia, Márcio G. P. 1995. “Política monetária, depósitos compulsórios E inflação”. Brazilian Journal of Political Economy 15 (2):270-83. https://doi.org/10.1590/0101-31571995-0849.

Política monetária, depósitos compulsórios e inflação

Márcio G. P. Garcia
Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.
Brazilian Journal of Political Economy, v. 15 n. 2 (1995), Apr-Jun / 1995, Pages 270-283

Resumo

Desde o início do Plano Real, o governo tem recorrido a depósitos compulsórios
muito mais elevados sobre o passivo dos bancos, bem como à criação de depósitos
compulsórios sobre crédito (ativo de um banco) na tentativa de restringir a expansão dos
agregados monetários e do crédito. A intenção da política estava certa, embora o desenho
do perfil dos requisitos de reservas, ou seja, a estrutura relativa dos requisitos de reservas
sobre os passivos do banco diferente, fosse falho. Isso ocorre porque há uma exigência de
reserva muito alta (inicialmente 100% marginal) sobre os depósitos à vista, que é o passivo
que normalmente cresce mais quando as altas inflações diminuem. Desde o início de 1995,
as mudanças tributárias tornaram lucrativa a transferência até mesmo de fundos de muito
curto prazo de depósitos à vista para fundos mútuos de curto prazo. Além disso, quando
essa transferência é realizada, o depósito compulsório geral cai substancialmente. A principal
recomendação de política é usar tanto o perfil dos compulsórios quanto a estrutura
tributária de modo que a riqueza financeira agregada seja distribuída entre seus diversos
componentes de forma compatível com a baixa inflação. Isso evitará futuras realocações de
carteira, aumentando a eficácia da política monetária. 

Classificação JEL: E58; E52.


Palavras-chave: Depósito compulsório política monetária estabilização inflação