Estabilidade monetária e CEPAL: A heterogeneidade do pensamento estruturalista Latino-Americano
Resumo
O artigo verifica a hipótese de homogeneidade estrita do pensamento estruturalista Latino-Americano em matéria de estabilidade monetária em seus anos iniciais. Em meados da década de 1950, o crescente e contínuo fenômeno inflacionário na região era explicado pela CEPAL como resultante da presença de estrangulamentos nas estruturas reais da economia. Entretanto, o canal de transmissão ao nível de preços é explicado pelos autores de maneiras diversas, gerando-se, por conseguinte, diferentes propostas de estabilização. O artigo sublinha a flexibilidade metodológica e o grau de fragmentação teórica da abordagem cepalina, bem como a controvérsia sobre a inflação constituir parte do processo de desenvolvimento. A análise destes elementos revela uma tensão entre os aspectos keynesianos anglo-saxônicos na abordagem de Prebisch e a original teoria latino-americana proposta por Noyola e Furtado. Avalia-se em que medida este descompasso impediu a constituição de um corpo teórico diferenciado em matéria de estabilização monetária.
Classificação JEL: B25, B30.
Palavras-chave: Estruturalismo latino-americano inflação estrutural estabilização monetária CEPAL heterogeneidade metodológica