v. 20 n. 3 (2000): Jul-Sep / 2000


v. 20 n. 3 (2000)

Jul-Sep / 2000
Publicado em julho 1, 2000

Artigo


Liquidez vs eficiência nos mercados financeiros internacionais liberalizados: um alerta para as economias em desenvolvimento
Paul Davidson
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1238

Até 1973, o sistema de pagamentos internacionais do pós-guerra foi, em grande
medida, moldado pela tese de Keynes de que as taxas de câmbio flexíveis e a livre mobilidade
internacional de capital são incompatíveis com o pleno emprego global e o rápido crescimento
econômico em uma era de livre comércio multilateral (Felix, 1977-8) . Isso resultou
em um sistema monetário internacional estável que permitiu que a economia global experimentasse
um crescimento econômico e prosperidade sem paralelo, apesar dos controles
de capital generalizados e das regulamentações do mercado financeiro internacional. Desde
1973, o sistema financeiro tem se tornado cada vez mais frágil, com crises recorrentes e
cada vez mais estressantes da dívida internacional e da liquidez da moeda, ameaçando a
estabilidade da economia global.

JEL Classification: E12.


A orientação externa da indústria de transformação brasileira após a liberalização comercial
Renato Fonseca, Mário C. de Carvalho Jr., Henry Pourchet
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1071

Neste artigo, construímos indicadores de orientação externa para a indústria
manufatureira brasileira. Esses indicadores nos permitem entender melhor as mudanças na
orientação comercial durante os anos 90 e o efeito de um choque externo, considerando os
canais de receita (vendas externas e concorrência doméstica com importações) e o custo (insumos
importados). O estudo mostra que o coeficiente líquido de orientação externa para
o setor manufatureiro como um todo caiu 11,3% entre 1989 e 1998, diminuindo o efeito
positivo que a desvalorização da moeda teria no setor manufatureiro.

Classificação JEL: F14; F60.


A nova economia institucional, associações empresariais e desenvolvimento
Ben Ross Schneider, Richard F. Doner
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1220

Com o fim da economia do desenvolvimento na década de 1970, a disciplina
acadêmica da economia teve pouca teorização específica sobre o desenvolvimento para
oferecer aos profissionais e proferiu em vez disso, argumentos universais e liberais universais
do livre comércio e do livre mercado (Wing, 1990). Essas prescrições universais evoluíram
para o primeiro consenso catalogado de Washington nos anos 80 sobre a urgência
de reformas orientadas para o mercado nos países em desenvolvimento (Williamson, 1990).
Nos anos 90, formou-se uma nova conexão entre um subcampo institucionalista emergente
em economia e o próximo consenso em Washington após a primeira geração de reformas
orientadas para o mercado. A abertura das terceiras reuniões anuais da Sociedade Internacional
de Nova Economia Institucional (ISNIE) na sede do Banco Mundial em Washington,
D.C., em setembro de 1999, simbolizava essa nova conexão.

Classificação JEL: B25; O10.


Políticas de dívida externa na América do Sul, 1929-1945
Marcelo de Paiva Abreu
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1082

Este artigo examina as semelhanças e contrastes das estratégias adotadas pelas
grandes economias da América do Sul — Argentina, Brasil e Chile — ao lidar com os
problemas levantados pela queda de suas receitas de exportação, juntamente com a interrupção
quase completa do influxo de capital estrangeiro no país. final da década de 1920
e início da década de 1930. Também são consideradas as características do endividamento
externo desses países no final da década de 1920 e as formas como o choque externo afetou
sua balança de pagamentos entre 1928 e 29 a 1933 e 1934. Seus processos de ajuste
diferenciado, incluindo esquemas de ajuste de dívida adotados durante os anos 1930 e
início dos anos 1940, são comparados. Os acordos de dívida permanente são descritos e
discutidos. Por fim, considera os vínculos entre o desempenho de crescimento desses países
e políticas diferenciadas de dívida externa.

Classificação JEL: F34; N16.


Políticas Públicas e Targeting Setorial — Efeitos da Nova Política Industrial sobre o Setor Automobilístico Brasileiro
Eduardo Meira Zauli
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1052

Este artigo analisa as novas condições criadas pelo Regime Automotivo Brasileiro
desde o segundo semestre de 1995. Primeiro, discute as principais controvérsias em torno
da implementação de uma nova modalidade de política industrial por parte do governo
federal e os incentivos concedidos pelo Estado governos às empresas do setor automobilístico
no Brasil. Segundo, o artigo esboça uma imagem da situação desse setor industrial, com
ênfase nas mudanças que estão acontecendo nas relações entre a indústria de montagem e a
indústria de autopeças. No contexto do novo clima de competição criado pelas tendências
à globalização dos mercados e pelas novas diretrizes da política industrial em vigor, este
artigo mostra que novos modos de governança nas relações entre as montadoras locais e
seus fornecedores são importantes. substituindo as antigas estratégias competitivas.

Classificação JEL: L62; L52.


Harmonização da política industrial na Comunidade Europeia
Marta Bekerman, Pablo Sirlin
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1073

Os países do MERCOSUL enfrentam o desafio de consolidar o progresso alcançado
no e! processo de integração e aprofundar esse processo na direção de construir um
verdadeiro mercado comum. Há uma questão que, nesse sentido, é especialmente importante
na agenda de negociações: a harmonização das políticas microeconômicas (industrial,
comercial, tecnológica e regional). O objetivo deste trabalho é analisar como a harmonização
dessas políticas foi desenvolvida no caso da Comunidade Europeia, como forma
de extrair lições úteis para enfrentar esse processo no MERCOSUL. Em particular, é feita
uma tentativa de analisar como os conflitos gerados em torno dos seguintes dilemas foram
resolvidos na referida experiência: quais políticas devem convergir para garantir regras
justas do jogo no mercado regional? Qual metodologia (harmonização explícita ou competência
institucional) é a mais adequada para garantir essa convergência? Que filosofia
deve orientar a implementação de políticas microeconômicas comunitárias? Qual o papel
das instituições diretamente supranacionais na harmonização de políticas e na auditoria de
políticas nacionais?

Classificação JEL: L52; F15.


Ludwig von Mises: as Bases de sua Epistemologia e uma Proposta de Crítica Internalista
Ricardo Feijó
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-0989

O argumento central do artigo é que boas críticas à epistemologia de von Mises
devem considerar os conceitos e a interpretação do mundo assumindo sua própria base filosófica
e que só podemos tentar refutá-la mostrando alguma inconsistência ou fraqueza em
suas suposições. Para esta tarefa, no início, mostramos Mises ao público leigo e explicamos
detalhadamente seu conteúdo epistemológico. No final, escrevemos sobre a irrelevância de
algumas refutações críticas e damos exemplos de boas críticas internas.

Classificação JEL: B25; B31.


O desenvolvimento da indústria bélica no Brasil e seu processo de Spin-Off
José Wladimir Freitas da Fonseca
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1235

O objetivo deste artigo é analisar a cisão na indústria militar brasileira. Dois
pontos importantes podem ser observados na literatura existente: primeiro, a verificação
de que a cisão não ocorreu no caso brasileiro; e segundo, o número limitado de estudos de
caso sobre esse assunto. Este artigo, que se baseia em grande parte no trabalho anterior do
autor, argumenta que houve transferência de tecnologia da indústria militar brasileira para
a indústria automobilística. Considerando o desenvolvimento da indústria militar brasileira,
é possível identificar quatro fatores responsáveis pela promoção do spin-off: a origem da
tecnologia; a maneira pela qual o desenvolvimento dessa tecnologia ocorre; a relação entre
os setores militar e civil envolvidos na transferência de tecnologia; e finalmente a mobilização
industrial.

Classificação JEL: O31; O32; L60.


Mensuração de Poder de Mercado por Meio de Dados de Marcas Comerciais: Modelos, Limitações e Aplicações
Danilo R. D. Aguiar
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1084

Este artigo analisa os principais modelos utilizados para medir o poder de mercado
por meio de dados da marca e verifica as vantagens do modelo desenvolvido por Cotterill,
Franklin e Ma sobre os demais. Este é um modelo muito flexível que pode ser usado
para quaisquer suposições conjeturais e permite a medição do poder de mercado unilateral
e colusivo. Várias formas de aplicação são sugeridas e perspectivas muito promissoras são
reconhecidas para esse tipo de estudo.

Classificação JEL: D43; L13; L25.


Convivendo com o Câmbio Flutuante
Maryse Farhi, Marcos Antonio Macedo Cintra
Brazilian Journal of Political Economy
https://doi.org/10.1590/0101-31572000-1042

Desde a implementação de um sistema de câmbio flutuante pelas autoridades
econômicas brasileiras em meados de 1999, a trajetória da taxa de câmbio real tem sido
caracterizada por extrema volatilidade, inerente a esse sistema. O mercado financeiro
brasileiro, no entanto, tem a vantagem de possuir um mercado de derivativos razoavelmente
líquido que pode contribuir para um ‘relacionamento’ menos turbulento com um
regime de câmbio flutuante. No entanto, quaisquer possíveis benefícios desse mercado
para a economia brasileira exigiriam: o uso rotineiro de derivativos financeiros por agentes
econômicos em sua gestão de negócios, a eliminação de qualquer restrição ao acesso a mercados
de derivativos por investidores estrangeiros e o aprimoramento dos procedimentos
de supervisão e regulamentação. mecanismos.

Classificação JEL: E42; E58; F31.

Documento


O que eu aprendi com a crise mundial
Joseph Stiglitz
Brazilian Journal of Political Economy