v. 28 n. 3 (2008): Jul-Set / 2008


v. 28 n. 3 (2008)

Jul-Set / 2008
Publicado em julho 1, 2008

Artigo


A globalização no Brasil: responsável ou bode Expiatório?
Paul Kliass, Pierre Salama
Brazilian Journal of Political Economy

Após a sequência de decisões de ajustes estruturais sugeridas pelo FMI, a economia brasileira se tornou mais ampla, pois as consequências da globalização financeira foram mais fortes do que as da globalização comercial. No entanto, a realidade social e econômica não mostrou muita melhora. Pelo contrário, os números sobre aumento econômico e desigualdades mostram o Brasil atrás da média dos países em desenvolvimento. Mesmo que os efeitos causados ??pela “mondialização” nas economias enfraquecidas sejam bem conhecidos, a globalização não pode ser tomada como a única culpada de fraco aumento econômico, por manter o alto nível de desigualdades ou por aumentar a precariedade. Deve-se buscar a responsabilidade pelas altas desigualdades onde se opera a “mondialização”, a debilidade das políticas públicas, a maneira irresponsável de abertura da economia e a política fiscal em favor do setor financeiro. Outros países alcançaram resultados bastante diferentes, uma vez que adotaram políticas públicas diferentes, cujo objetivo era estabelecer controle e redução dos efeitos negativos da globalização.

Classificação JEL: O11; O19.


Retomando o crescimento na América Latina políticas de curto e longo prazos
Julio Lopez G., Fernando J. Cardim de Carvalho
Brazilian Journal of Political Economy

Os autores deste artigo afirmam que a paralisia do estado gerada pelas crises das décadas de 1970 e 1980 privou as economias da região de uma importante alavanca para retomar e sustentar o crescimento. Assim, eles sustentam que, para superar a estagnação, será necessário reconstruir a capacidade do Estado de implementar políticas pró-crescimento. Seguindo as idéias de Keynes e Kalecki, mas também economistas clássicos do desenvolvimento, os autores argumentam, primeiro, que políticas macroeconômicas de curto prazo, para reduzir o desemprego e aumentar o grau de utilização da capacidade, devem ser usadas para promover a geração de lucros para as empresas e para acordar o espírito animal dos empreendedores. As políticas expansionistas de curto prazo devem ser combinadas com medidas para melhorar a competitividade e evitar problemas na balança de pagamentos. Eles também afirmam que as alternativas ao programa liberal fracassarão, a menos que seja adotada uma estratégia pró-crescimento que inclua políticas de curto e longo prazo. Assim, propõem que as políticas de longo prazo devem completar o pacote, sinalizando: a) aumentos sustentados da demanda efetiva no futuro; eb) prioridades de investimento para garantir a criação de capacidades em setores e ramos estratégicos da economia.

Classificação JEL: E61.


Inflação e deflação de ativos a partir do mercado imobiliário americano
Maria Cristina Penido de Freitas, Marcos Antonio Macedo Cintra
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo trata da crise financeira desencadead a após a inadimplência das hipotecas subprime nos Estados Unidos, que se expandiram para uma crise sistêmica global. É dividido em uma breve introdução e três seções. A primeira seção resume a dinâmica da inflação e deflação dos bens imobiliários e ativos financeiros, que caracteriza os ciclos conduzidos pelas finanças. A segunda seção aborda os principais efeitos da deflação de ativos financeiros nos bancos americanos e europeus. A terceira seção concentra-se nas medidas implementadas pelos bancos centrais para gerenciar essa crise financeira.

Classificação JEL: E31; E32; G12; G21; G24.


Câmbio, especulação e juros no modelo da Teoria Geral
João Sicsú
Brazilian Journal of Political Economy

Este breve capítulo visa fazer uma adaptação a uma economia pequena e financeiramente integrada do modelo monetário / financeiro apresentado por J. M. Keynes em sua Teoria Geral do Emprego, juros e dinheiro. Portanto, isso tem como objetivo, particularmente, adaptar os capítulos 15 e 17 da Teoria Geral, basicamente relacionados às motivações especulativas para definir a composição da carteira de ativos.

Classificação JEL: E12; E43; E41.


School accountability no Brasil: experiências e dificuldades
Eduardo de Carvalho Andrade
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo analisa as experiências mais importantes com a política de responsabilidade escolar (SA) no Brasil. A análise sugere que seus impactos na qualidade da educação não são significativos devido ao fato de: (i) ou não incorporar um sistema no qual a escola é responsável pelo desempenho dos alunos; (ii) ou os esquemas de incentivo não foram projetados adequadamente. Por fim, discute as principais barreiras à adoção de uma SA eficiente em nível nacional no Brasil.

Classificação JEL: I21; I28.


Rendimentos Crescentes e a Distribuição internacional de renda
Alexandre De Zagottis
Brazilian Journal of Political Economy

A existência de retornos crescentes nas indústrias de alta tecnologia atribui um caráter dependente do caminho à divisão internacional do trabalho. Os países ricos, os primeiros participantes nessas indústrias, desfrutam de vantagens permanentes que impedem, em um ambiente de mercado livre, o desenvolvimento de tais indústrias em países de renda média. Essa dinâmica permite que o primeiro grupo de países experimente uma taxa de crescimento da produtividade do trabalho mais alta que o último e, como resultado, aumenta a lacuna entre o padrão de vida dos trabalhadores nesses países. Cabe aos Estados dos países de renda média a tarefa de elaborar estratégias de desenvolvimento capazes de quebrar esse padrão e melhorar a distribuição internacional de renda.

Classificação JEL: D62; F15; F43; O25; O38; O47.


Matemática agradável
Gerson Lima
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo sugere uma reconsideração do princípio de que os déficits públicos devem ser financiados por dívida pública. Duas razões principais são oferecidas. Primeiro, admite-se que a dívida pública é uma variável econômica cujo comportamento temporal é melhor descrito por uma equação de primeira diferença em vez de uma identidade contábil. A condição de convergência assim obtida requer uma taxa de juros negativa nominal ou o uso de títulos do governo para aumentar a receita tributária, hipóteses não teoricamente concedidas. Como conseqüência, se o superávit primário não for suficiente para corresponder ao pagamento dos juros, será observada uma tendência explosiva na dívida pública, nos juros devidos e na emissão de dinheiro. Portanto, falta apoio à ideia de que a dívida pública impede a inflação. Segundo, mostra-se que o financiamento do déficit público por meio da emissão de moeda leva a um estoque monetário de equilíbrio estável. A conclusão geral é que, para promover simultaneamente o crescimento econômico e o controle da inflação, a emissão de moeda é preferível à dívida pública.

Classificação JEL: E5; E6.


Investimento direto estrangeiro e o desempenho das exportações brasileiras
Elaine Aparecida Fernandes, Antonio Carvalho Campos
Brazilian Journal of Political Economy

O Brasil, na década de 1990, assumiu uma posição notável como uma série de investimentos diretos estrangeiros. Vale ressaltar que o setor de serviços recebeu a maior proporção de investimento estrangeiro. Essa estratégia de busca de mercado foi responsável pelo crescimento das importações brasileiras. Os resultados são confirmados pelo desempenho de empresas estrangeiras em diferentes grupos de atividades. As empresas com maioria de capital estrangeiro aumentaram suas importações de 1995 a 2000. Portanto, durante o período 1995-2000, este estudo não apóia a visão de que o investimento estrangeiro melhorou diretamente o desempenho do setor exportador brasileiro.

Classificação JEL: F23.


Poder de barganha de sindicatos e negociações coletivas na indústria do Rio Grande do Sul, 1979-1995
Carlos Henrique Horn
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo analisa a relação entre os resultados da negociação em dezessete unidades em relação ao setor manufatureiro no Rio Grande do Sul e a mudança no ambiente econômico relevante de 1979 a 1995. As teorias sobre os determinantes dos resultados da negociação são discutidas para fornecer uma base para a hipótese sobre o caso específico. Os resultados estatísticos sugerem que a negociação coletiva foi basicamente influenciada pelo desemprego, preços relativos à fabricação, políticas de estabilização a partir de 1986 e, especificamente para salários mínimos negociados, alteração nas taxas oficiais de salários mínimos.

Classificação JEL: J51.