As reflexões de Marx sobre o dinheiro e seu papel nas economias capitalistas
estão espalhadas por suas obras. Em particular, constituem a maior parte do 3º volume
do Capital e dos Grundrisse. Nessas duas obras, Marx apresenta os fundamentos de uma
teoria do dinheiro muito próxima das visões de Keynes. No artigo, essa semelhança é mostrada
através da sistematização da teoria monetária de Marx em linhas (pós)keynesianas. A
demanda por dinheiro mostra-se enraizada não apenas no motivo da transação, mas também
nas propriedades de liquidez do dinheiro. Essas propriedades tornam-se importantes
nas economias capitalistas caracterizadas pela incerteza do mercado. Tanto Marx quanto
Keynes usam o conceito de dinheiro para quebrar a lei de Say. Uma diferença essencial
entre os dois autores é mostrada em relação à função de medida de valor do dinheiro e são
desenvolvidas maneiras de reconciliá-los nessa questão.
Classificação JEL: E11; E12; B24.
Dada uma taxa estável de mais-valia e uma composição orgânica crescente do
capital, Marx afirmou que a taxa de lucro tenderia a declinar. O aumento da composição
orgânica do capital depende, porém, do tipo de progresso técnico. Pode poupar trabalho – e
então a composição orgânica do capital aumentará – mas também pode ser neutra ou economizadora
de capital. Por outro lado, apenas em casos muito especiais, as firmas adotarão
novas técnicas que aumentam seus custos e diminuem seus lucros. O recente debate sobre o
teorema de Okishio sobre esse problema e a tentativa de Shaikh de restabelecer a ortodoxia
marxista são discutidos. O autor conclui que a lei da tendência declinante da taxa de lucro
é um instrumento essencial para entender a dinâmica de longo prazo do processo de acumulação
do capital, mas não significa que a taxa de lucro de fato declinará.
Classificação JEL: E11; B51.
A década de 70 é marcada pelo nascimento de uma tríplice crise: uma crise econômica,
uma crise de política econômica e uma crise da teoria econômica até então esmônica.
O crescimento acentuado da economia capitalista mundial, e a diminuição considerável da
amplitude dos movimentos cíclicos, durante o pós-guerra, parecem ter validado os conceitos
keynesianos que chegaram ao poder após a crise de 1929 e a subsequente Segunda Guerra
Mundial. Em 1974-75 tudo mudou. A crise reapareceu com toda a sua profundidade, juntamente
com um sentimento de ceticismo quanto à eficácia da intervenção do Estado. Ao
mesmo tempo com toda sua força ressurgia a tese “liberal” e monetarista que havia sido destronada
pelo impacto dos acontecimentos dos anos 30 e pela crítica de Keynes. O objetivo
deste artigo é enquadrar-se no debate que existe hoje sobre a crise e a intervenção do Estado
e propor uma interpretação das dificuldades econômicas desencadeadas pela crise de 1974-
75, a partir dos elementos teóricos deixados por Marx.
Classificação JEL: E21; E11; B51.
Este artigo analisa algumas relações entre o problema agrário e o processo de
desenvolvimento capitalista no Brasil. Argumenta que o aumento da produtividade associado
ao aprofundamento da divisão social do trabalho altera as relações de produção no
setor agrícola. O campesinato inicialmente ligado aos latifúndios feudais torna-se mão-de-
-obra assalariada contratada sazonalmente para as fazendas capitalistas. Nesse contexto, o
problema fundiário surge como uma questão financeira associada basicamente ao preço da
terra. Com isso, a reforma agrária baseada na compra de grandes áreas pelo governo não
será uma solução para o problema agrário, pois apoiará o aumento do preço da terra.
Classificação JEL: Q15; Q18.
Analisa-se distribuição de tamanho da renda no setor agropecuário, no Brasil,
considerando a jornada semanal de trabalho de cada pessoa economicamente ativa e sua
classificação como empregado, empregador ou autônomo. A base de dados é o Censo
Demográfico de 1980. Os resultados mostram a importância dessa classificação na determinação
da desigualdade geral da distribuição de renda no setor agrícola.
Classificação JEL: J22; J21; J31.
Este artigo examina os processos de ajuste inflacionário na Argentina, Brasil,
Chile, Equador, Peru e Uruguai com técnicas de estimação variantes no tempo para determinar
a relação entre a inércia inflacionária ou os efeitos de retroalimentação da inflação passada
para a atual e o grau de indexação dos salários e taxas de câmbio às taxas de inflação
passadas. Os resultados mostram que as reduções no grau de vinculação da taxa de câmbio
à inflação passada não foram particularmente úteis em economias maiores ou relativamente
mais diversificadas (como Argentina, Brasil ou Chile), enquanto reduções nas vinculações
salariais às taxas de inflação passadas tiveram forte impacto. mas efeitos de curta duração.
Classificação JEL: F31; E31; J38.
Trata-se de uma síntese da tese central de interpretação dada pelos economistas
brasileiros ao problema do ciclo econômico no país, entre 1947 e 1983.
Classificação JEL: B22; B24.
A década de 1980 foi um período de mudança no debate sobre a seguridade
social no Brasil. Sendo primeiro assunto da medicina e dos atuários, desde que passou a
apresentar déficits sucessivos, tem chamado a atenção dos economistas. Este trabalho tem
como objetivo debater a crise do sistema previdenciário, as possíveis origens de seu déficit
e alternativas de financiamento.
Classificação JEL: J32.
A vasta região do Nordeste brasileiro tem uma parcela significativa de seu território
sujeita a secas severas. Este trabalho traz uma análise da resposta do governo às
grandes secas que a região sofreu desde o período imperial no século XIX.
Classificação JEL: Q54; Q25; N56.
Resenhas dos livros “Karl Marx: o apanhador de sinais” e “Marx: nas pistas da
desmistificação filosófica do capitalismo”.
Classificação JEL: B14, Y30.
Reprodução do “Livro Branco do Déficit Público” da Secretaria de Planejamento
do governo brasileiro, incluindo as perspectivas para 1986.
Classificação JEL: H62; H68.
Reproduáão do Plano de Metas do governo Sarney.
Classificação JEL: E61.
Depois de algum sucesso inicial, o Plano Austral começa a mostrar sua fraqueza.
Esta nota fornece uma análise dos últimos números da inflação e o que vem a seguir para o
processo de estabilização na Argentina.
Classificação JEL: E31.