v. 30 n. 3 (2010): Jul-Set / 2010


v. 30 n. 3 (2010)

Jul-Set / 2010
Publicado em julho 1, 2010

Artigo


O ritmo na queda da desigualdade no Brasil é aceitavel?
Sergei Suarez Dillon Soares
Brazilian Journal of Political Economy

Evidências do contexto histórico e internacional. O estudo a seguir utiliza duas abordagens para responder à questão de saber se a desigualdade no Brasil está caindo com rapidez suficiente. O primeiro é comparar a variação do coeficiente de Gini no Brasil com o observado em vários países que hoje pertencem ao OCDE (Reino Unido, Estados Unidos, Holanda, Suécia, França, Noruega e Espanha) enquanto esses mesmos países construíram suas sistemas de bem-estar social durante o século passado. A segunda abordagem é calcular quanto o Brasil deve manter a queda do coeficiente de Gini para atingir os mesmos níveis de desigualdade de três países da OCDE que podem ser usados ??como referência: México, Estados Unidos e Canadá. Os dados indicam que o coeficiente de Gini no Brasil está caindo 0,7 ponto por ano e que isso é superior ao ritmo de todos os países da OCDE analisados ??enquanto construíram seus sistemas de assistência social, exceto a Espanha, cuja Gini caiu 0,9 ponto por ano na década de 1950. O tempo necessário para atingir vários parâmetros de referência em desigualdade são: 6 anos para o México, 12 para os Estados Unidos e 24 para os níveis de desigualdade no Canadá. A conclusão geral é que a velocidade com a qual a desigualdade está caindo é adequada, mas o desafio será manter a desigualdade caindo na mesma proporção por mais duas ou três décadas.

Classificação JEL: D31.


Altos e baixos globais: como está a classe média brasileira?
Jan Peter Wogart
Brazilian Journal of Political Economy

A história econômica do Brasil no pós-guerra foi marcada por altos e baixos inflacionários, que mantiveram grande parte da população pobre, uma vez que a distribuição de renda permaneceu altamente distorcida e a maioria dos governos não conseguiu colocar esforços e recursos suficientes em educação e saúde. Isso parece ter mudado recentemente, pois um número crescente de estudos mostrou avanços consideráveis ??na renda das classes baixa e média. Este ensaio examina essas descobertas e as coloca em uma perspectiva histórica, discutindo tentativas e esperanças anteriores dos formuladores de políticas brasileiras de promover o bem-estar da população. Conclui que, embora os últimos quinze anos tenham sido notáveis ??para o país alcançar estabilidade macroeconômica e, embora os esforços crescentes de apoio aos pobres pareçam ter movido a distribuição de renda lentamente para um nível mais igualitário, ainda há um longo caminho a percorrer. A crise financeira mundial de 2008 também atingiu fortemente o Brasil, mas a recuperação foi mais suave e rápida do que em qualquer país da OCDE. O impacto da crise atual pode ser um bom teste para a robustez das tendências anteriores para promover o bem-estar dos pobres e da classe média.

Classificação JEL: D31.


Fluxo de empregos, fluxo de trabalhadores e fluxo de postos de trabalho no Brasil
Eduardo Pontual Ribeiro
Brazilian Journal of Political Economy

O mercado de trabalho está em constante fluxo. Ao medir a mobilidade do mercado de trabalho, é usual estimar estatísticas de fluxo no mercado de trabalho, como realocação de trabalhadores e realocação de empregos. O objetivo deste artigo é apresentar as estatísticas de realocação de trabalhos nas fábricas anteriormente desconhecidas no Brasil. A realocação do trabalho dentro da fábrica é medida como mudanças no mix ocupacional da planta. A realocação de trabalho dentro da fábrica permite a decomposição da decomposição da rotatividade de trabalhadores em fatores correspondentes, mudança tecnológica e demanda de mão de obra. Utilizando dados formais do mercado de trabalho para o Brasil, de 1996 a 2001, nossos resultados sugerem que as mudanças tecnológicas foram responsáveis ??por uma parcela limitada da rotatividade de trabalhadores. Mais de um quarto da rotatividade de trabalhadores pode ser atribuído a turnos de demanda de mão-de-obra e mais de 50% da rotatividade de trabalhadores ocorre devido à correspondência.

Classificação JEL: J6.

 


Karl Polanyi, Atenas e nós: O significado contemporâneo do pensamento de Polanyi
Bernardo Stuhlberger Wjuniski, Ramón G. Fernandez
Brazilian Journal of Political Economy

Karl Polanyi é considerado um dos cientistas sociais mais importantes do século XX. Nos seus escritos, uma preocupação importante era a relação entre os mercados e a sociedade (portanto, o estado) como um todo; para discuti-lo, ele introduziu o conceito de “inclusão”, fundamental para o estudo das origens e conseqüências da Revolução Industrial. Uma parte importante de sua herança é o estudo da história econômica do que ele chamou de "sociedades antigas", especialmente da Grécia Clássica. Polanyi usou esses estudos para comparar as sociedades antigas com seus próprios tempos, em um esforço para entender todas elas. Este artigo tem como objetivo relacionar o trabalho de Polanyi na sociedade ateniense com seus estudos sobre os tempos modernos, mostrando que é possível tirar lições do pensamento de Polanyi sobre a relação entre a sociedade, o estado e o mercado que podem ajudar a projetar um agenda política para os nossos dias. Na primeira parte, apresentamos os aspectos mais importantes da vida e obra de Polanyi, e na segunda discutimos os aspectos mais importantes de sua visão de mundo. Então, na terceira parte, estudamos sua visão da economia ateniense inicial; principalmente, focamos na coexistência de um tipo de planejamento estatal e de mercado, mostrando como esse entendimento é crucial para todo o legado polaniano, com ênfase na comparação de diferentes sociedades e épocas. Concluímos enfatizando a relevância dessa interpretação apresentada por Polanyi para entender as sociedades de nossos dias, focando em algumas propostas para estender sua abordagem para lidar com nossos problemas contemporâneos.

Classificação JEL: B25; N30; Z13.

 


A economia ecológica e evolucionária de Georgescu-Roegen
Andrei Domingues Cechin, José Eli da Veiga
Brazilian Journal of Political Economy

O principal argumento deste artigo é que as contribuições de Georgescu-Roegen representam uma grande ruptura na visão pré-analítica da economia. Ele rejeitou ao mesmo tempo a visão fechada e circular da economia e as analogias mecânicas que orientaram a economia no século passado. Embora sua influência tenha sido sentida principalmente no campo da economia ecológica, suas contribuições epistemológicas representam um grande desafio ao pensamento de equilíbrio. Atualmente, tratar os sistemas econômicos como sistemas complexos e evolutivos está se tornando não apenas aceitável, mas também uma tendência na forma de economia política. Defendemos que o rompimento de Georgescu-Roegen representa uma revolução científica na economia, no sentido atribuído por Kuhn.

Classificação JEL: Q51; Q57; A12; B52.


Herbert A. Simon e o conceito da racionalidade: limites e procedimentos
Gustavo Barros
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo discute a concepção de racionalidade de Herbert A. Simon em duas de suas principais definições gerais: racionalidade limitada e racionalidade processual. Argumenta que o último é o que melhor sintetiza a visão do autor sobre o comportamento racional e que o primeiro preenche principalmente uma função crítica. Eles são usados ??complementarmente por Simon nesse sentido. Apesar disso, argumenta-se que o baixo grau de especificidade do conceito de racionalidade limitada é uma das razões para seu sucesso relativamente maior.

Classificação JEL: D01; B31; B52.


Causa e efeito: contribuições de Marx para investigações sobre finanças e inovação
Eduardo da Motta e Albuquerque
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo discute a concepção de racionalidade de Herbert A. Simon em duas de suas principais definições gerais: racionalidade limitada e racionalidade processual. Argumenta que o último é o que melhor sintetiza a visão do autor sobre o comportamento racional e que o primeiro preenche principalmente uma função crítica. Eles são usados ??complementarmente por Simon nesse sentido. Apesar disso, argumenta-se que o baixo grau de especificidade do conceito de racionalidade limitada é uma das razões para seu sucesso relativamente maior.

Classificação JEL: B1; G2; O3.


Fluxos de investimento direto externo, competitividade e conteúdo tecnológico do comércio exterior da China no início do século XXI
Samantha Ferreira Cunha, Clésio Lourenço Xavier
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo discute a concepção de racionalidade de Herbert A. Simon em duas de suas principais definições gerais: racionalidade limitada e racionalidade processual. Argumenta que o último é o que melhor sintetiza a visão do autor sobre o comportamento racional e que o primeiro preenche principalmente uma função crítica. Eles são usados ??complementarmente por Simon nesse sentido. Apesar disso, argumenta-se que o baixo grau de especificidade do conceito de racionalidade limitada é uma das razões para seu sucesso relativamente maior.

Classificação JEL: F14.


Situando o desenvolvimento rural no Brasil: o contexto e as questões em debate
Sergio Schneider
Brazilian Journal of Political Economy

O trabalho analisa as principais tendências e temas teóricos que integram o recente debate brasileiro sobre desenvolvimento rural. Aguardamos que a agenda do desenvolvimento rural no Brasil, da qual participam ativamente acadêmicos, organizações e instituições, tenha sido formulada pelo Estado e pelas políticas públicas implementadas desde o início da década de 1990. Entre os fatores que influenciaram a emergência do destaca-se o debate sobre desenvolvimento rural, a crescente legitimação social e política da agricultura familiar e a reforma agrária, a reorientação das políticas estaduais, as crescentes brigas políticas e ideológicas com a ala do agronegócio e as questões de sustentabilidade. Argumenta-se também que as referências analíticas e interpretativas utilizadas pelos estudiosos ainda são difusas e variadas, mas foram capazes de influenciar os formuladores de políticas.

Classificação JEL: Q18; Z1; Q38; B25.