v. 26 n. 4 (2006): Jul-Set / 2006


v. 26 n. 4 (2006)

Jul-Set / 2006
Publicado em julho 1, 2006

Artigo


Estratégias periféricas sessenta anos depois do acordo de Bretton Woods
André Moreira Cunha
Brazilian Journal of Political Economy

Após sessenta anos, o Acordo de Bretton Woods continua sendo uma referência para os debates sobre a organização institucional do sistema monetário internacional. Este artigo compara algumas características dos arranjos que surgiram nesse contexto com a recente onda de reformas institucionais na arquitetura financeira internacional. Exploramos alguns argumentos que sugerem que, em um ambiente financeiro instável, é possível prever uma forte racionalidade nas estratégias para economias emergentes associadas a fluxos de capital mais ativos e gerenciamento da taxa de câmbio. Aparentemente, essas estratégias não são diferentes das que os países avançados de hoje usaram na Era de Bretton Woods.

Classificação JEL: P16.


Alan Greenspan, a estratégia de confiança
Edwin Le Heron
Brazilian Journal of Political Economy

Para avaliar a era Greenspan, no entanto, precisamos responder a três perguntas: O sucesso dele é devido a talento ou apenas sorte? Ele tem um sistema de política monetária ou ele próprio é o sistema? Qual será o seu legado? Greenspan certamente teve sorte, mas ele também era clarividente. Acima de tudo, ele desenvolveu uma política monetária profundamente original. Sua estratégia de confiança se opõe claramente à estratégia de credibilidade desenvolvida nos bancos centrais e ao meio acadêmico após 1980, mas também à meta de inflação, que hoje constitui o principal regime de política monetária. A questão de seu legado parece mais sutil. No entanto, Greenspan permanecerá "por um período considerável de tempo" um banqueiro central altamente heterodoxo e original. Sua visão política, sua percepção de um mundo incerto, seu pragmatismo e sua abertura formam a estrutura de um poderoso sistema alternativo, a estratégia de confiança, que deixará sua marca na história da política monetária.

Classificação JEL: E42, E50, E52, E58, E61, E65, N12.


Os determinantes empíricos da felicidade no Brasil
Raphael Bottura Corbi, Naércio Aquino Menezes-Filho
Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo investiga o papel que as variáveis econômicas desempenham na determinação da felicidade, usando a felicidade relatada como uma proxy do bem-estar individual. Utilizamos microdados extraídos da World Values Survey para cinco países, enfatizando o caso brasileiro. Nossos resultados sugerem que existe uma correlação positiva e significativa entre felicidade e renda. O desemprego também é uma grande fonte de infelicidade. Na maioria dos casos, a felicidade parece estar positivamente correlacionada com o casamento. Além disso, a felicidade aparentemente tem forma de U na idade (minimizando aos 50 anos).

Classificação JEL: I31.


Governança macroeconômica de novo consenso em um mundo keynesiano e a alternativa keynesiana
Angel Asensio
Brazilian Journal of Political Economy

O artigo apresenta o novo consenso e o equilíbrio keynesiano na habitual estrutura competitiva de macro-mercados. Dá explicações teóricas dos efeitos perniciosos que a governança da NCM, projetada para regimes estacionários ergódicos, produz nos regimes não ergódicos keynesianos. Propôs princípios keynesianos de governança, que incluem instrumentos monetários, orçamentários e fiscais, e sugere novos rumos para a análise positiva e normativa das macropolíticas.

Classificação JEL: E10, 12, 13, 60, 61, 62, 63.


Efeitos da independência do Banco Central e da taxa de Rotatividade sobre a inflação brasileira
Helder Ferreira de Mendonça
Brazilian Journal of Political Economy

Atualmente, o governo federal brasileiro acredita firmemente que a independência operacional do banco central é uma condição básica para garantir a estabilidade de preços. A literatura sobre esse assunto destaca que um alto grau de independência e uma baixa rotatividade do governador do banco central estão associados à baixa inflação. Este artigo analisa a relação entre independência do banco central e inflação no Brasil no período 1980-2002. Os resultados indicam que não há efeito sobre a inflação devido a um aumento no grau de independência e uma queda na taxa de rotatividade.

Classificação JEL: E58.


Políticas sociais: focalização ou universalização?
Celia Lessa Kerstenetzky
Brazilian Journal of Political Economy

O debate público sobre políticas sociais no Brasil concentrou-se na escolha entre programas direcionados e universais. O artigo argumenta que a escolha não é clara e enganosa, a menos que seja tomada uma decisão anterior a respeito dos princípios de justiça social. Depois de distinguir três conotações diferentes de segmentação - como residualismo, condicionalidade ou retificação - e notar que os programas universais podem ser compatíveis com a política social minimalista, o artigo continua explicitando várias opções negligenciadas.

Classificação JEL: D63.


Relação entre mercado de terras, crescimento econômico e insegurança fundiária, explicada por um modelo a "geração imbricada"
Claudio Araujo, Catherine Araujo Bonjean, Jean-Louis Combes, Pascale Combes Motel
Brazilian Journal of Political Economy

Neste artigo, analisamos a relação entre as falhas do mercado de terras e o crescimento econômico no Brasil, partindo de um modelo de sobreposição que inclui dois setores: agrícola e industrial. A terra é um fator específico para a agricultura e um ativo que pode ser substituído pelo capital usado na indústria. A troca entre posse de terra e capital depende, entre outros fatores, dos custos de transação no mercado de terras. Esses custos resultam da insegurança da terra e geram uma diminuição no preço da terra que favorece a acumulação de capital. Duas premissas seguem nosso modelo: por um lado, a insegurança da terra tem um efeito negativo no preço da terra; por outro lado, tem um efeito positivo no crescimento econômico. Essas duas hipóteses são testadas em dados de painel para a Federação Brasileira. Os resultados econométricos não rejeitam nossa hipótese.

Classificação JEL: O41, Q15, O54.


Informalidade no mercado de trabalho brasileiro uma resenha da Literatura
Gabriel Ulyssea
Brazilian Journal of Political Economy

A literatura econômica relativa à informalidade do mercado de trabalho brasileiro é muito dispersa e apresenta uma significativa falta de organização. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é organizar e discutir de forma sistemática as principais peças de literatura sobre informalidade no mercado de trabalho brasileiro, utilizando, sempre que possível, a literatura internacional como ponto de comparação para os resultados existentes em relação à informalidade. Experiência do Brasil. Mais especificamente, são enfatizadas questões relacionadas aos diferenciais salariais entre trabalhadores formais e informais, segmentação do mercado de trabalho e o efeito das instituições no setor informal.

Classificação JEL: O17.


Sobre o legado de John Kenneth Galbraith
Eduardo Matarazzo Suplicy
Brazilian Journal of Political Economy

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